A Filha Novinha safada do Meu Chefe

Sete anos trabalhando no mesmo emprego, no mesmo cargo, ganhando praticamente a mesma merreca de salário, me sujeitando às mais tediosas conversas e situações, vivendo um casamento teatral e vazio, meus filhos cada dia mais distantes e irreconhecíveis, dirigindo aquele carro capenga, vestindo minhas camisas desbotadas, os sapatos baratos, as lâminas de barbear exaustivamente reutilizadas para economizar sei lá quantos centavos… Minha vida estava uma merda, uma merda gigante! Penso que todo cara desses merece pelo menos um pouco de diversão no . E eu não tinha nenhuma!

Eu não era de ir em puteiros, não gostava da ideia de pagar pra trepar, nem de ser tratado naquele padrão operacional das moças da noite. As mulheres no trabalho eram todas umas tiazonas solteironas e desequilibradas. Não comeria ninguém ali. Acho que ninguém nem me notava também. Talvez a camisa desbotada, o sapato barato e a barba mal feita me ofuscassem. Não sei, mas eu não existia. Chegava, trabalhava e ia embora.

Marcelo era o dono, o boss, o bambambam, el fodón da parada. Um cara desagradável, gordinho, vestido de vitrine da Polo e fedendo à perfume recém comprado no Freeshop. O sujeito me adorava. Eu torcia pra que ele caísse do décimo quinto andar. Mas enfim, o cara não sabia da minha total falta de respeito e admiração por ele, por isso insistia em me dar tapinhas nas costas e puxar conversa sobre assuntos que não me interessavam em nada.

Com 46 anos, eu me via subalterno, suportando meu chefe, aquele guaxinim da selva econômica. E nada me fazia esquecer que ele tinha 38 anos, uma mulher espetacular, um carro que eu nem sabia pronunciar o nome e grana pra comprar meus filhos e ainda levar minha mulher de troco. Era ultrajante!

Enfim, deu pra sacar a grande roubada que era minha vida nessa época. O que eu não sabia era que a vida reservava um presente pra mim. Um presentinho de dezenove anos que entrou no escritório às onze e cinquenta da manhã. Eu lembro pois tinha acabado de conferir se já era hora do almoço. Ela usava um vestido curto, porém largo, pequeno e esvoaçante, colorido, simples… Eu podia jurar que era um pijama. Um cabelão dourado, tênis e meias curtas.

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